Ernesto Frederico Scheffel (Campo Bom, 8 de outubro de 1927 — Porto Alegre, 16 de julho de 2015) foi um pintor, restaurador e compositor brasileiro.
É descendente de imigrantes alemães, oriundos de Berghausen, na Vestfália. Aos oito anos de idade sua família mudou-se para Novo Hamburgo, onde recebeu as primeiras noções de pintura a óleo sobre madeira.
Em 1941 iniciou os estudos na Escola Técnica Parobé, como aluno interno e bolsista, e no Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre, tendo sido aluno de João Fahrion, Angelo Guido, Fernando Corona, José Lutzenberger, João Cândido Canal e Benito Castañeda, entre outros.
No ano de 1948 participou do II Salão Militar de Artes Plásticas, no Clube Militar do Rio de Janeiro, onde expôs 15 trabalhos.
Em 1950 viajou para o Rio de Janeiro, com bolsa de estudos por seis meses, mas acabou permanecendo por oito anos. Em 1958 ganhou o premio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes.
Em 1959, Scheffel viajou à Florença, na Itália. Quando retornou a Novo Hamburgo, teve problemas para trazer suas obras. Por este motivo a Prefeitura Municipal instituiu, em 4 de outubro de 1979, através do decreto legislativo 236/79, a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, com autonomia jurídica e administrativa.
Na fundação (Brasil), suas obras estão em exposição permanente. O acervo é composto de 385 obras.
Scheffel residiu em Fabbriche di Vergemoli e faleceu aos 87 anos, em Porto Alegre.
Seu estilo incorpora referências antigas e contemporâneas na construção das cenas e composições, mas a criação das figuras é principalmente acadêmica e classicista. Isso o afastou das estruturas de vanguarda e, da mesma forma, tem deixado sua obra bastante à margem do interesse da crítica recente.
Não obstante, é um consenso considerá-lo um dos principais nomes da arte gaúcha. Angelo Reinheimer, curador da Fundação, disse que "contribuir com a arte contemporânea não foi uma das preocupações de Scheffel, pelo contrário, buscou através da alta qualidade técnica imprimir um caráter atemporal à sua obra, passando ao largo dos modismos e das influências do seu tempo. Também cabe ressaltar, a enorme versatilidade de Scheffel, tanto nas temáticas, como na diversidade técnica da sua obra".
Em 2004 o artista foi agraciado com o título de Cidadão de Novo Hamburgo.
A Fundação Scheffel desenvolve um diversificado trabalho de preservação do seu legado e é, atualmente, considerado um importante Centro Cultural. Em 2018, comemorando os 40 anos da Fundação, a Câmara Municipal organizou "uma noite de homenagens e reconhecimento ao papel da instituição no fomento à expressão artística da cidade e na preservação da memória e do trabalho de um dos principais nomes das artes plásticas do país". Várias autoridades se pronunciaram com homenagens. A deputada estadual Regina Becker Fortunati destacou seu trabalho em diferentes frentes: "Além do reconhecido legado da obra, talvez tenha sido a preservação do patrimônio histórico da cidade o grande trabalho de Scheffel".